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As mudanças positivas que a crise do coronavírus deixará no mercado imobiliário

15 jun 2020 min de leitura
O mercado imobiliário está a tentar fazer uma leitura positiva desta crise sanitária e do impacto económico esperado provocado pela pandemia. Apesar de as operações de compra e venda terem abrandado ou parado, na maioria dos casos, dado o tempo de incerteza vivido, o setor permanece otimista e confia que o Covid-19 trará algumas mudanças positivas. A rede ComprarCasa, composta por 150 agências imobiliárias espalhadas por Portugal e Espanha, identificou alguns efeitos a médio e longo prazos, a começar desde já pela explosão de ferramentas tecnológicas, o empoderamento do comprador, as baixas taxas de juros e a crescente profissionalização do setor. Apresentamos de seguida as conclusões do estudo. 
 
Queda de preços e capacitação do comprador
A rede considera que esta crise forçará muitos a reduzir os preços das casas e adaptá-los a novas circunstâncias. “Fala-se de quedas entre 10% e 15%. Talvez ainda seja muito cedo para falar de percentagens, porque isso irá variar em função da profundidade e duração desta crise”, dizem Luís Mário Nunes, CEO da ComprarCasa Portugal e Toni Exposito CEO, da ComprarCasa Espanha.
 
Um refúgio em tempos de incerteza
Situações similares já vividas demonstram que, após os momentos mais críticos, a recuperação deste setor é sempre muito intensa, ainda maior do que o esperado. "A extrema volatilidade observada nos mercados financeiros e as baixas taxas de juros levam-nos a acreditar que o setor imobiliário continuará a consolidar-se como um destino interessante para investimentos", afirmam os responsáveis ibéricos da rede.
 
Explosão das ferramentas tecnológicas
Este período de confinamento vai contribuir, segundo a rede ibérica, para o salto tecnológico de que o setor necessita. Muitos profissionais do imobiliário estão a aproveitar esta pausa para atualizar as suas ferramentas, fortalecer relações com os clientes graças à tecnologia etc..
 
"Na rede ComprarCasa, melhorámos o plano de marketing com o objetivo de informar e fomentar a ideia aos nossos clientes que podem continuar a comprar as suas casas sem sair de casa, selecionando e visitando a sua casa ideal através, numa primeira fase, do nosso site ou permitindo que os nossos agentes o façam por eles, visitando as casas através de visitas virtuais, fotos ou 3D, ou mesmo assinando o Contrato Promessa de Compra e Venda eletronicamente, para que se minimize ao máximo o contacto pessoal, garantido-se o melhor possível as condições de segurança que a situação exige”, garante a empresa.
 
Imóveis de Alojamento Local vão migrar para arrendamento
Espera-se que muitos imóveis de arrendamento de curta duração migrem para o arrendamento tradicional de longa duração, “originando um aumento significativo na oferta e um natural. ajuste nos preços ”, segundo os responsáveis.
 
Luís Mário Nunes sublinha que esta era uma situação que se estava a verificar, de resto, em Portugal, particularmente nos grandes centros urbanos, face às decisões legislativas que foram tomadas nos primeiros meses dete ano.
 
Quedas nas taxa de juros sem precedentes
A ComprarCasa considera que a crise do Covid-19 atrasará para 2023 a perspetiva de incremento da Euribor para taxas positivas previstas, inicialmente, para 2022. Isto significa que o índice de referência ao qual a maioria dos empréstimos de crédito à habitação estão vinculados não regressará a valores positivos nos próximos três anos.
 
Construção nova, possivelmente a mais afetada
As empresas de construção que tinham as suas obras - e respetivas vendas – já numa fase adiantada, poderão sentir os efeitos negativos da pandemia, segundo a ComprarCasa. Ainda assim, a rede imobiliária considera que as obras mais prejudicadas poderão ser aquelas cujos projetos ainda estavam/estão no início da construção/comercialização.
 
Gestão profissional do arrendamento será dinamizada
Para a ComprarCasa, o pacote de medidas aprovado pelo Governo será, sem dúvida, uma grande ajuda para os inquilinos vulneráveis/com dificuldades. Mas refere ainda o facto dos grandes proprietários terem vindo a demostrar interesse, em algumas situações, em eles próprios apresentarem facilidades aos seus inquilinos. “Este facto leva-nos a crer que a gestão profissional de ativos permite uma resposta mais eficiente que a dos proprietários privados, e que essa tendência se consolidará ainda mais após essa crise”, dizem os responsáveis.
 
Necessidade de repensar a arquitetura e planeamento urbanístico
O estudo enfatiza ainda que “é muito provável que os vestígios deixados por estas semanas de confinamento, com o fenómeno das ‘varandas’ e da convivência de bairro venham a provocar uma profunda reflexão em torno dos imóveis que serão construídos num futuro próximo”.
 
“Aquilo que hoje vivemos irá alterar consideravelmente o perfil do consumidor de imobiliário. Hoje valorizaremos muito mais as varandas, os pátios, por mais menos que sejam”, acrescenta.
 
Somente os melhores sobreviverão
“O setor imobiliário, como os restante setores, consolida-se como uma atividade altamente profissionalizada e na qual apenas os melhores sobreviverão”, referem ainda. A rede imobiliária considera que a tecnologia que os agentes imobiliários possuem, o treino/formação contínua, as operações em rede, os serviços complementares, as ferramentas financeiras e a força da sua marca, reforçarão a diferença entre sobreviver ou não.

Fonte: Idealista
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